segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Kate Winslet conduz a adaptação, The Reader. Um filme morno e com boa interpretação sua



O Leitor

Título Original The Reader
Género
Thriller

País
Estados Unidos
- Ano 2008 Duração 123m Classificação M12
Pessoas Relacionadas

Roteiro Adaptado
David Hare

Intérpretes:
David Kross ,
Jeanette Hain ,
Kate Winslet ,
Ralph Fiennes

Realização:
Stephen Daldry

Sinopse:

O LEITOR começa na Alemanha após a Segunda Grande Guerra Mundial quando o adolescente Michael Berg (DAVID KROSS) fica doente e é ajudado por Hanna (KATE WINSLET), uma estranha com o dobro da sua idade.
Michael recupera entretanto da escarlatina e vai à procura de Hanna para agradecer. Ambos são rapidamente arrastados para um apaixonado mas secreto caso amoroso.
Michael descobre que Hanna adora que leiam para ela e a relação física entre eles intensifica-se. Hanna deixa-se cativar, à medida que Michael lê para ela “A Odisseia,” “Huck Finn,” e “A Dama do Cachorrinho”. Apesar da intensa relação entre eles, um dia Hanna desaparece misteriosamente e Michael fica confuso e de coração partido.
Oito anos depois, Michael é um estudante de direito que observa os julgamentos de guerra nazis e fica estupefacto ao ver Hanna novamente na sua vida – desta vez como arguida no tribunal.
À medida que o passado de Hanna é revelado, Michael desvenda um grande segredo que irá ter impacto na vida de ambos.

Sobre The Reader

Stephen Daldry fez três filmes em sua carreira. Todos os três renderam indicações para o Oscar de melhor diretor. Daldry, a julgar por isso, seria um cineasta sem par no cinema atual. Mas não é bem assim. Billy Elliott, seu primeiro longa, é uma pequena e despretensiosa história, um típico filme minúsculo inglês. Seu protagonista dançarino é cativante e seu elenco de apoio ajuda a tornar tudo ainda mais agradável e redondinho. Já As Horas mostra uma guinada nas intenções do diretor. Pretensão não falta à adaptação da novela multitemporal de Michael Cunningham. Pretensão e superficialidade. Daldry, apesar de uma esplêndida coleção de atrizes, faz pouco para dar densidade aos dramas das personagens. Oferece muito, mas não passa muitos obstáculos da pista.

Os primeiros minutos de O Leitor indicam que o filme seguiria esta linha, do comodismo em adaptar obras literárias. Daldry tenta dar volume ao material, sustentando a trama com uma série de cenas de “erotismo light - aquele que costuma incitar sem ofender as senhoras finas e elegantes - ”(Blog do Chico – Fev/2009), e tentando embasar um misterinho pontual (que também serve para que o espectador chegue ao momento da revelação dizendo: "eu já sabia"). Se terminasse assim, seria mais do mesmo, nada muito profundo como estamos acostumados com a maioria dos roteiros americanos. Mas O Leitor vai além: ele tenta ser um filme importante.


'O Leitor' me deixou bastante incomodado com a sucessão demasiada de lugares comuns das cenas de tribunal adiante. Há uma cena que deveria ser melhor aproveitada, e para mim no contexto, ela é entendível no roteiro, mas não serve como resolução e avanço da narrativa, que é o momento em que Michael visita o Campo de Auschvitz,e anda pelo dormitório, e pelos demais espaços do complexo, local chave do Holocausto nazista. Entendo que pra nos que conhecemos a história isso é relevante, mas esse revisionismo não condiz com o que o filme propunha.

O filme até a sua entrada na fase universitária mais séria do rapaz, até dava pra assistir com o corpo mais atento a frente da poltrona, mas do meio pro final a coisa desanda completamente: aquelas nazistas idosas e sem graça, contrastando com a pobre Kate, não se configuram numa boa seqüencia. Juro que torci para nestas mesmas cenas, o personagem de Michael desse seu testemunho de um dos segredos que Hannah esconde por vergonha e salva-se ela, seu primeiro amor, mas ela cala, e aceita ser culpada pelos homicídios da presas nos campos de concentração.
Somos repentinamente jogados num drama pós-Holocausto, que consegue destruir toda a força que Kate Winslet fazia na primeira metade do filme para que sua personagem fosse menos óbvia. A boa atriz rapidamente é engolida pela trama que se pretende rica e significativa, que mergulha numa desastrosa série de soluções de roteiro, que não tornam a narrativa contada tão interessante. No meio de toda essa sucessão de abobrinhas (recheadas de maquiagem – não muito boa por sinal), vem o já citado momento da grande revelação, que a metade mais esperta da platéia já havia descoberto uns quarenta minutos antes. Antes da cena final, inexpressiva, resolve-se, pela primeira vez, refletir sobre os atos da protagonista, mas isso vem na forma de uma seqüência de bate papo insossa, que não tem o total clímax que o filme pedia naquele momento. Os dois atores estão mornos em cena, ali, com Kate se esforçando para dar detalhes mínimos a sua interpretação, o que consegue no todo ser melhor que Ralph Finnes, que não mantêm o ritmo nem o espectro interessante de David Kross que o interpreta na adolescência e juventude. E aqui falo de ritmo não no sentido corporal, mas algo vivaz que mesmo um homem lembrando do passado e atormentando-se com ele pode ter. E que um ator pode saber buscar, entender e colocar num personagem.

O filme pelo menos salva-se de acabar sem motivo aparente, pela cena em que o Sr.Berg vai a casa de uma das vítimas de Hannah, sobrevivente do Holocausto, e lhe entrega algo que a presidiária queria deixar com ela. Bela cena, um tanto pela atriz Lena Olin, e seu tempo e expressões mínimas perfeitas, e pela boa forma que foi dirigida e montada.
Fala-se muito que o grande papel da Sra.Winslet na temporada é em Foi Apenas um Sonho. Não sei ainda não vi. Na semana comento. A Indicação para o Oscar de Melhor Atriz por The Reader, mostra-se merecida pelo esforço. Mas se ela vai ganhar, bom ai são outros fatores. A julgar pelos prêmios americanos e péla mídia, sim.

O Leitor ●●●The Reader, 2008, Stephen Daldry







Um comentário:

  1. Acabei de assistir e juro que ainda não tenho opinião formada. Esperava muuuuuito mais do filme (o que é uma merda...). Mas Kate Winslet é sempre exata e precisa e sua interpretação.

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