sexta-feira, 1 de maio de 2009

Encontros com o Professor Dia 07 de Maio com Caco Barcelos






Nessa quinta-feira dia 07 de Maio, o jornalista Ruy Carlos Ostermann entrevista outro colega de profissão Caco Barcelos, no Encontros com o Professor. O eventos será como de hábito, no Studio Clio, e a canja ficará por conta do Grupo Delicatessen.

Saiba um pouco mais








O jornalista e repórter de televisão Cláudio Barcelos de Barcelos, mais conhecido como Caco Barcellos, nasceu em Porto Alegre, no dia 5 de março de 1950. Começou no jornalismo como repórter do jornal Folha da Manhã, do grupo Caldas Júnior. Com atuação destacada nos veículos da imprensa alternativa dos anos 1970, foi um dos criadores da Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre e da antiga revista Versus, que apresentava grandes reportagens sobre a América Latina.
Antes de trabalhar para a Rede Globo, foi repórter dos maiores jornais do Brasil e das revistas de informação semanal IstoÉ e Veja. Ainda quando trabalhava no jornalismo impresso, no fim dos anos 1970, foi correspondente internacional em Nova York. A partir de 2001, passou a atuar como correspondente internacional, em Londres, para a TV Globo. Nessa emissora, também tem passagens pelo Globo Repórter, Fantástico, Jornal Nacional e Profissão: Repórter.
Publicou três livros. O primeiro e menos conhecido, Nicarágua: a Revolução das Crianças, relata a vitória dos sandinistas na guerra civil da Nicarágua, enquanto as outras obras se debruçam sobre a violência no Brasil. São elas: Rota 66, a história da polícia que mata – ganhador do prêmio Jabuti (1993), na categoria reportagem, e de mais oito prêmios de direitos humanos - e Abusado, o dono do morro Dona Marta – vencedor do Prêmio Jabuti, como melhor obra de não-ficção de 2004. Em 2007, escreveu a peça de teatro, Ösama, The Suicide Bomber of Rio (Osama, Homem Bomba do Rio), para o projeto Conexões, do National Theatre of London.
Conquistou mais de vinte prêmios por reportagens especiais e documentários produzidos para televisão, entre os quais o Prêmio Vladimir Herzog. Em 2003 e 2005, recebeu o prêmio de melhor correspondente, promovido pelo site Comunique-se. Nos anos de 2006 e 2008, em premiação do mesmo site, foi eleito o melhor repórter da televisão brasileira. Em 2008, recebeu o Prêmio Especial das Nacões Unidas, como um dos cinco jornalistas que mais se destacaram, nos últimos 30 anos, na defesa dos direitos humanos no Brasil.
Faça sua pergunta ao convidado pelo site: http://www.encontroscomoprofessor.com.br/contato.php

Canja musical






Formado pela cantora Ana Krüger e pelos músicos Carlos Badia (violão), Nico Bueno (baixo) e Mano Gomes (bateria), o Delicatessen conta com dois CDs, Jazz + Bossa – foi indicado ao Prêmio Tim de Música em 2007, na categoria melhor Disco em Língua Estrangeira – e My Baby Just Cares For Me (2008), ambos pela Rip Curl Records. No Encontros, o Delicatessen apresentará o seu estilo intimista e refinado, que busca inspiração nas canções americanas e recria os standards do jazz com a suavidade com a delicadeza e a simplicidade da bossa nova.

4º Edição Mostra Movimento e Palavra

Centro Cultural Usina do Gasômetro
Eduardo Severino Cia. de Dança
Usina das Artes / Sala 209
Apresentam


4º Edição Mostra Movimento e Palavra
http://mostramovimentopalavra.blogspot.com


A Mostra Movimento e Palavra chega à sua quarta edição em 2009, caracterizando-se como um evento que busca dinamizar e estimular a produção da dança de expressão contemporânea no Rio Grande do Sul, assim como aproximar coreógrafos, intérpretes-criadores e espectadores no intuito de intercambiar experiências.

Nesta quarta edição a mostra se realiza no último sábado dos meses de março, abril e maio. Já ocorreram dois encontros nos dias 28 de março, dia 25 de abril. O próximo será dia 30 de maio. O local do evento é a sala 209 do Centro Cultural Usina do Gasômetro, na qual está sediada a Eduardo Severino Companhia de Dança - idealizadora e anfitriã da mostra - através do projeto Usina das Artes, da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre.
Em cada um dos encontros, cinco coreógrafos em cada encontro que irão apresentar suas obras coreográficas, seguidas de diálogos com artistas, público, três comentadores e um mediador, todos profissionais com trânsito pela área das artes cênicas.

No último sábado de cada mês, 30 de maio.
Horário -19:30
Sala 209, Usina do gasômetro.
Av. João Goulart, 551
Ingressos no local, inteira – R$ 10,00, Meia – R$ 5,00( classe artística, estudantes e melhor idade)

Programa:

30 de maio
Daggi Dornelles(Cia. Municipal de Dança de Caxias do Sul)
Fernanda Carvalho Leite(Grupo Tato)
Cibele Sastre(Grupo de Risco)
Clóvis Rocha(Grupo de danças Populares Andanças)
Marco Fillipin(Cia. Municipal de Dança de São Leopoldo)


Mediadora - Mônica Dantas – Debatedoras - Susana França, Angélica Boff e Luciana Paludo.

Realização

Centro Cultural Usina do Gasômetro
Eduardo Severino Cia. de Dança
Usina das Artes/ sala 209

Apoio

Quart /gerando soluções
Estúdio Vinëta
Record/Correio do Povo/Rádio Guaíba
GrupoTato
Secretária Municipal de Cultura/Prefeitura de Porto Alegre
Artistas Colaboradores

http://mostramovimentopalavra.blogspot.com
contato: eduardosever@yahoo.com - 96892622

APCA entrega seus troféus aos melhores das artes

Melhores das artes em dez categorias vão receber o Troféu APCA 2008 em
cerimônia no Teatro Sérgio Cardoso


Em cerimônia no dia 28 de Abril, terça passada, no Teatro Sérgio Cardoso, foi entregue o Troféu APCA aos melhores das Artes no Brasil pelo critica paulistana. A festa contou com apresentação dos rapazes do CQC, programa da Rede Bandeirantes de Televisão, no papel do mestre-de-cerimônias. Eles também receberam o prêmio da categoriaHumor na TV.

Confira abaixo os agraciados:


Entre os premiados nas dez categorias do prêmio estão ainda Marco Nanini e
Denise Fraga (teatro), Patricia Pilar e Guilherme Weber (TV), Zé Renato
(MPB), os diretores Walter Salles e Daniela Thomas (pelo filme Linha de
Passe), Frans Krajcberg (artes visuais), Humberto Werneck (literatura, com O
Santo Sujo), entre outros.

Os eleitos foram escolhidos por 50 jornalistas que trabalham na área
cultural dos principais veículos de

imprensa do Estado. Confira a lista:

*ARTES VISUAIS*

Grande Prêmio da Crítica: Frans Krajcberg / MAM 60 anos / OCA

Retrospectiva: Antonio Bandeira / Pinakotheke Galeria

Exposição Internacional: Papiers à La Mode / Isabelle de Borchgrave / FAAP

Exposição: Almir Mavignier / Momentos de Luz / Dan Galeria

Obra Gráfica: Sérgio Fingermann / Gravura, Trama de Sombras / Editora Bei

Fotografia: Coleção Princesa Isabel / Fotografia do Século 19 / Editora
Capivara - Pedro e Bia Correa do Lago

Iniciativa Cultural: Instituto Tomie Ohtake / pelas exposições

**

*CINEMA*

Prêmio Especial do Júri: Pan-Cinema Permanente / Carlos Nader

Filme: Linha de Passe / Walter Salles e Daniela Thomas

Filme: Serras da Desordem / Andrea Tonacci

Atriz: Djin Sganzerla / Meu Nome é Dindi

Ator: Gustavo Machado / Olho de Boi

Roteiro: Carlos Reichenbach / Falsa Loura

Montagem: Carlos Prates Castelar e Nelson Dantas / No País dos Generais

**

*DANÇA *

Pesquisa em Dança: Associação Desaba pela produção 2008 - Pocket Show
(Cristian Duarte, Thelma Bonavita e Thiago Granato), Eletroquímicos Baby
(Cristian Duarte e Thelma Bonavita) e Cornélia Boom (Cristian Duarte e
Sheila Arêas).

Concepção em Dança: Hagoromo / Emilie Sugai e Fábio Mazzoni

Intérprete Revelação: Leandro Berton / Peter Pan e Revisita

Política Pública em Dança: Núcleo do Dirceu / Marcelo Evelin, Teresina (PI)

Percurso em Dança: João Saldanha / Monocromos

Coreógrafo: Bruno Beltrão / H3

Formação, Difusão, Produção e Criação em Dança: Núcleo Artérias / Adriana
Grechi - Fronteiras Móveis e 10 Festival Contemporâneo de Dança

*LITERATURA*

Romance: Flores Azuis / Carola Saavedra / Cia. Das Letras

Poesia: Anima Animalis / Olga Savary e Marcelo Frazão / Letra Selvagem

Ensaio: A Construção do Gosto / Maurício Monteiro / Ateliê

Biografia: O Santo Sujo / Humberto Werneck / Cosac Naify

Tradução: Paulo Bezerra / Irmãos Karamazov, Dostoievski / Editora 34

Reportagem: O Livro Amarelo do Terminal / Vanessa Bárbara / Cosac Naify

Memória: Memórias Inventadas - A Terceira Infância / Manoel de Barros /
Planeta

**

*MÚSICA ERUDITA*

Grande Prêmio: Trio Images

Personalidade: Vasco Mariz

Especial: Júlio Medaglia

Projeto Musical: Banda Sinfônica do Exército e Maestro Benito Juarez

Obra Vocal: Missa de Edmundo Villani-Côrtes

Obra Experimental: Cadências para Piano / Orquestra de Guilherme Bauer

Revelação: Allan Grando

*MÚSICA POPULAR*

Disco: Nova Estação / Wanderléa

Grupo: Choro das 3

Instrumentista: Victor Lopes

Show: Palavra Cantada

Revelação: Vitor Araújo

Cantora: Nina Becker

Cantor: Zé Renato

**

*RÁDIO*

Programa ao Vivo: Grandes Encontros / Eldorado FM

Revelação: Pajero Sport Specials / Mitsubishi FM

Internet: Rádio Heineken

Humor: Rádio Matraca / USP FM

Musical: Sala de Música / CBN

Variedades: Caminhos Alternativos / CBN

Grande Prêmio da Crítica: Escola Voluntária / Bandeirantes AM

*TEATRO INFANTIL*

*Espetáculo: Sapecado*

*Direção: Kleber Montanheiro / Sonho de Uma Noite de Verão*

*Autor: Marcelo Romagnoli / Sapecado*

*Ator: Sidnei Caria / As Aventuras de Bambolina*

**

*Atriz: Ana Luisa Lacombe / O Conto do Reino Distante*

*Figurino: Léo Diniz / O Poeta e as Andorinhas*

*Direção Musical: Fernando Escrich / Senhor Dodói*

*TEATRO*

*Grande Prêmio da Crítica: José Renato (carreira teatral)*

*Espetáculo: A Alma Boa de Setsuan*

**

*Diretor: Luiz Fernando Marques / Arrufos*

*Autor: Jandira Martini / O Eclipse*

*Ator: Marco Nanini / O Bem Amado*

*Atriz: Denise Fraga / A Alma Boa de Setsuan*

**

*Prêmio Especial: Nicette Bruno e Paulo Goulart / Projeto Teatro nas
Universidades*

*TELEVISÃO *

Série: 9mm / Fox

Musical: Por Toda Minha Vida / Globo

Humor: CQC / Bandeirantes

Esporte: A Copa do Mundo é Nossa / ESPN Brasil

Autor: João Emanuel Carneiro / A Favorita / Globo

Atriz: Patrícia Pillar / A Favorita / Globo

Ator: Guilherme Weber / Queridos Amigos / Globo

quarta-feira, 25 de março de 2009

Nova Lei Rouanet cria 5 fundos diretos para Arte



Nasce na segunda-feira (23) uma nova legislação de estímulo à cultura
nacional. Um novo projeto de lei será colocado à disposição para consulta
pública no site do Ministério da Cultura (www.cultura.gov.br). Debatida
durante seis anos no governo, liberada esta semana pelo setor jurídico da
Casa Civil, a nova lei vai serenar os ânimos de quem achava que seria
extinto o mecanismo de renúncia fiscal. Não vai.

Além de manter a renúncia fiscal, chave da Lei Rouanet (Lei nº 8.313) desde
sua criação, em 1991, a nova legislação estabelece seis faixas de dedução do
imposto de renda devido - além do máximo de 100% de abatimento e do mínimo
de 30%, como é atualmente, outras quatro novas faixas foram criadas (90%,
80%, 70% e 60%). A maior novidade da legislação, entretanto, não está na
reconfiguração do sistema de renúncia fiscal, mas na criação de cinco novos
fundos de financiamento direto à cultura: Artes, Patrimônio, Cultura e
Diversidade e Audiovisual, além da manutenção do Fundo Nacional de Cultura
(para tratar de áreas não específicas do espectro cultural).

Dessa forma, a Lei Rouanet muda na essência. A lei existente hoje prevê três
formas de financiamento: a renúncia fiscal, o Fundo Nacional de Cultura
(FNC) e o Ficart, um fundo de capitalização. A renúncia fiscal acabou se
tornando o único mecanismo efetivo e os outros ficaram atrofiados. "A lei
necessita de ajustes para sanar distorções que provocam a concentração
regional do financiamento e o baixo apoio a atividades culturais em áreas,
por exemplo, de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)", disse o
deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), que encaminhou requerimento esta
semana pedindo acesso ao texto integral da nova lei.

Santiago, que integra a Comissão de Educação e Cultura (CEC) da Câmara dos
Deputados, diz que será criada uma relatoria na comissão apenas para debater
o projeto, e ele também defende uma audiência pública. Diz que há grande
simpatia no Congresso pela modernização da lei, mas que ainda é preciso
avaliar o novo sistema. O Ministério da Cultura, pai da nova lei, considera
que as relações da pasta com o Congresso Nacional se aprimoraram muito
durante a gestão de Gilberto Gil e que há boa receptividade dos
congressistas, que têm tratado a cultura com um apreço suprapartidário.
Atualmente, a Frente Parlamentar para a Cultura é integrada por mais de 300
parlamentares.

O ministro da Cultura, Juca Ferreira, disse na semana passada que a abertura
da consulta pública do texto da lei permitirá que entidades do setor,
produtores culturais, empresas e artistas façam sugestões ao projeto durante
um período de 45 dias. Ele também pretende viajar pelo País para debates
públicos. Além de reformar a lei, o ministério confia que o Congresso poderá
aprovar uma Proposta de Emenda Constitucional (a PEC 150/03), que deverá
incluir no Orçamento da União recursos para a Cultura de nunca menos do que
2% da receita tributária.(AE).

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul – 19/03/2009

Começando o ano com nova direção e agora com aulas de música




O Núcleo de Arte e Dança é um dos maiores e mais completos espaços de criação em Porto Alegre e, após sete anos desde sua inauguração, ganha nova direção. O espaço começou o ano com outras novidades, como os cursos de violão, guitarra, contrabaixo, piano/teclado, técnica vocal e violino.
O sucesso da escola sempre trouxe muito orgulho e grandes alegrias a publicitária, professora e bailarina Teté Furtado. Hoje, ela visualiza novas conquistas e responsabilidades na sua vida pessoal e profissional, assumindo a direção administrativa do Núcleo: “É com tranquilidade e satisfação que eu passo a direção artística a quem confio plenamente o compromisso da continuidade, e a certeza de um futuro cada vez mais promissor para o Núcleo”, diz Teté sobre o atual diretor, o ator e empresário João Cruz.
Localizado no coração da zona sul, o Núcleo tem como proposta ser uma referência para quem gosta de arte e deseja expressar seu potencial criativo, oferecendo aulas regulares, apresentações de teatro, dança e música, além de workshop, palestras, cursos e grupos de estudo.
Em 2009, o Núcleo se preparou para a inauguração do seu novo espaço: uma sala para aulas de música! Com a coordenação de Rafael Bittencourt, o objetivo é oferecer oficinas permanentes de música, novidade que agrada professores e alunos.
Ótima notícia para uma cidade com grande produção de música, mas com poucos espaços que incentivem à prática teórica e técnica.
Cada vez mais o Núcleo é referência de ensino e espaço para criação e desenvolvimento artístico. Tanto na dança como no teatro, e agora na música, o Núcleo está sempre na frente proporcionando grandes momentos investindo na arte.



Assessoria de Imprensa Cultural & Fotografia de Cena


Cíntia C. Bracht

*VENCEDORES DO 21º PRÊMIO SHELL DE TEATRO DE SÃO PAULO

**Diretor*
*Marco Antônio Braz, por "A Alma Boa de Setsuan"*
Cláudio Dias, Marcelo Souza e Silva, Odilon Esteves, Rômulo Braga e José
Walter Albinati, da Cia. Luna Lunera, por "Aqueles Dois"
Fábio Resende, por "A Brava"
Alvaro Assad, por "A Noite dos Palhaços Mudos"
Marco Antonio Rodrigues, por "A Coleira de Bóris"
Rita Clemente, por "Amores Surdos"

*Ator*
*Domingos Montagner, por "A Noite dos Palhaços Mudos"*
*Fernando Sampaio, por "A Noite dos Palhaços Mudos"*
Nilton Bicudo, por "O Natimorto - um Musical Silencioso"
Ésio Magalhães, por "Encruzilhados - entre a Barbárie e o Sonho"
Marcelo Médici, por "O Mistério de Irma Vap"

*Atriz*
*Isabel Teixeira, por "Rainha[(s)] - Duas Atrizes em Busca de um Coração"*
Cácia Goulart, por "Bartleby"
Paula Arruda, por "O Céu Cinco Minutos Antes da Tempestade"
Denise Fraga, por "A Alma Boa de Setsuan"

*Autor*
*Marçal Aquino e Marília Toledo, por "Amor de Servidão"*
Grace Passô, por "Amores Surdos"
Sérgio Roveri, por "A Coleira de Bóris"
Jandira Martini, por "O Eclipse"

*Cenário*
*Renato Bolelli Rebouças, por "Arrufos"*
André Cortez, por "Orlando Furioso"
Cláudio Dias, Marcelo Souza e Silva, Odilon Esteves, Rômulo Braga e José
Walter Albinati, da Cia. Luna Lunera, por "Aqueles Dois"
Márcio Medina, por "A Alma Boa de Setsuan"
André Cortez, por "Bartleby"
Bruna Christófaro, por "Amores Surdos"

*Figurino*
*Silvana Marcondes, Fernando Sato e Júlio Dojcsar, por "O Santo Guerreiro e
o Herói Desajustado"*
Marcelo Pies, por "Hamlet"
Verónica Julian, por "A Alma Boa de Setsuan"
Rosângela Ribeiro, por "Senhora dos Afogados"

*Iluminação*
*Felipe Cosse e Juliano Coelho, por "Aqueles Dois"*
Wagner Freire, por "A Alma Boa de Setsuan"
Carlos Gaúcho, por "A Coleira de Bóris"
Lúcia Chedieck, por "Memória do Mundo"

*Música*
*Josimar Carneiro, pela direção musical de "Divina Elizeth"*
Beto Firmino, por "O Público"
João Poleto, por "Orlando Furioso"
Lincoln Antonio, por "Rainha[(s)] - Duas Atrizes em Busca de um Coração"
Marcelo Pellegrini, pela trilha sonora original de "A Noite dos Palhaços
Mudos"

*Categoria especial*
*Centro de Pesquisa Teatral do Sesc, pelos 10 anos do projeto Prêt-à-Porter*
Aderbal Freire-Filho com Bárbara Harrington e Wagner Moura, pela tradução de
"Hamlet"
Grupo Sobrevento, pela pesquisa da técnica dos "pupi" no espetáculo de
bonecos "Orlando Furioso"
Teatro Máquina, pela técnica de manipulação direta e aparente do espetáculo
"O Cantil"

Admitindo erro, MinC promete volta do Supersimples


Carina Teixeira 19 março 2009

Segundo o Ministério da Cultura (MinC), o aumento foi um equívoco da Receita Federal, que teria aumentado o percentual de impostos de setores que empregam pouco; como a cultura tem baixa parcela de empregos formais, a Receita teria entendido que a área não é uma grande empregadora, o que a teria feito aumentar seu percentual de impostos, quando na verdade o setor cultural tem alta taxa de empregos. Ainda de acordo com o Ministério, o governo já reconheceu a distorção e deve enviar nesta semana um projeto de lei complementar ao Congresso revertendo a mudança. Mas ainda não é certa uma possível compensação para as produções que já estão pagando o percentual maior.

Com a alteração na lei do Supersimples (programa que reduz o percentual de impostos federais, estaduais e municipais pagos por micro e pequenas empresas), as produções artísticas saíram da tabela de impostos que ia de 4,5% a 16%, pulando para outra, de 16% a 22%. A mudança provocou queixas de artistas e produtores, a circulação pela internet de um abaixo-assinado contra a medida, e o pedido de que o ministro da Cultura, Juca Ferreira, intercedesse pela classe. De acordo com o secretário de políticas culturais do MinC, José Luiz Herência, o ministério já teria intercedido. “Levamos o assunto para a primeira reunião interministerial do ano, em janeiro. E estamos mantendo contato com os ministérios do Planejamento e da Fazenda, e com a Casa Civil”, afirmou Herência em matéria publicada pelo jornal O Globo.

Na mesma matéria, o secretário acrescentou que, para o governo, “não há problema em reverter a alteração na lei do Supersimples”. “Ela foi uma distorção. A inclusão no Supersimples é para reduzir a carga tributária de setores com mão-de-obra intensiva. A cultura é um desses setores, 5% das empresas no país são ligadas a ela, segundo o IBGE. Mas a área tem muito do que a gente chama de contratação eventual, e muita informalidade; em torno de 53% dos empregos são informais. Então, a Receita entendeu que a cultura contratava pouco, e mudou seu percentual de impostos”, explicou o secretário.

Na última sexta-feira, dia 13, o MinC e a Casa Civil se reuniram novamente e decidiram enviar nesta semana ao Congresso um projeto de lei complementar, mudando a mudança: o projeto realoca as empresas de produção cultural na mesma categoria anterior, em caráter de urgência. Perguntado se haveria algum tipo de compensação para as produções que, durante o período em que a alteração está valendo, tiveram que pagar mais imposto de modo inadequado, o MinC informou que está estudando se há alguma possibilidade legal para isso.

* Com informações do jornal O Globo - Alessandra Duarte

domingo, 8 de março de 2009

Um golpe na classe artística (pelas costas)

Postamos aqui a coluna que Júlio Medaglia, regente sinfônico e Paulo Pélico, produtor cultural paulista, escreveram na Folha de São Paulo de 02/03/2009, que demonstra a indicação que todos da classe cultural brasileira estão sentindo com esse ato baixo do governo federal de aumentar a carga tributária.


Folha de S. Paulo - Júlio Medaglia e Paulo Pélico
02/03/2009 - Como se sabe, a atual crise econômica vem vitimando impiedosamente empresas em todo o mundo, das maiores organizações às mais modestas. Imagine, nessa situação, como está a vida do produtor cultural, esse idealista que sai à rua com um projeto teatral, editorial ou musical debaixo do braço em busca de patrocínio -aliás, o primeiro a ser cortado ao se vislumbrar a mais tênue ou a mais longínqua nuvem negra no universo mercadológico.
Apesar do tido como baixo "valor de mercado" de nossa produção intelectual, o presidente Lula, ao mesmo tempo em que disponibiliza R$ 250 bilhões em pacotões anticrise com socorro financeiro a bancos, desoneração fiscal às exportações, estímulos à indústria automobilística etc., penaliza a classe artística ao sancionar a lei complementar nº 128/2008, também subscrita pelos ministros Guido Mantega e Miguel Jorge. A nova lei trocou sutilmente as atividades culturais de lugar (do anexo 4º para o 5º). Assim sendo, a faixa das alíquotas incidentes sobre pequenas empresas produtoras de cultura foi substituída por outra cujas alíquotas chegam a quase triplicar os impostos do setor.
Com o excessivo peso dos impostos, os microempresários da cultura haviam recebido com alívio a notícia do projeto de lei do Simples Nacional, uma nova modalidade de tributação que prometia uma redução de até 40% na carga tributária, estabelecendo os impostos ao redor de 9%. Milhares de microempresas culturais -após fazerem essa opção contábil, assumirem compromissos e pautarem suas atividades em razão dessa nova realidade- se viram subitamente presas numa armadilha, com uma carga tributária de até 27,9%.
Isso coloca as microempresas da cultura numa faixa de semelhante à de uma média ou à de uma grande empresa. E o mais espantoso desse fato é que essas mudanças ocorreram sem a menor transparência e sem debate nem comunicados prévios aos atingidos pela alteração. Os artistas e produtores tomaram conhecimento do assunto no início deste ano, já diante do fato consumado. Não sabemos como classificar a atitude do presidente e dos congressistas, se de esperteza ou de má-fé.
O caso é que a lei foi aprovada às pressas no dia 19 de dezembro, uma sexta-feira, último dia do calendário legislativo, de forma quase secreta, a ponto de tributaristas próximos ao governo e que participaram da elaboração do projeto do Supersimples desconhecerem a existência da matéria. Era proposital a aprovação na antevéspera do Natal e com as tramitações envolvidas em segredo. Como se sabe, no caso dos impostos, qualquer lei que altere suas regras, quando aprovada, só entra em vigor no ano seguinte. Trata-se não só de uma proteção do contribuinte diante da volúpia arrecadadora do erário mas também de um direito constitucional, presente na legislação tributária de todos os países. Se o projeto tivesse sido exposto publicamente, certamente teria provocado reações, debates e envolveria algum tempo. Assim, se aprovado fosse, só entraria em vigor em 2010.
Pelo visto, a Fazenda tinha pressa, optando pelo silêncio, pela malícia, por um artifício legislativo sub-reptício para presentear, qual macabro papai-noel, a in-telligentsia brasileira com um rombo em seus já minguados recursos de produção cultural. Claro está que tal carga de impostos é desproporcional à atividade de produção cultural, o que empurrará grande parte do setor para a informalidade. Dificultará também a geração de empregos na área, enquanto as proporções dessa nova arrecadação em nada contribuirão para o crescimento do país.
Ao contrário, dificultarão e diminuirão as possibilidades de captação de recursos para os microempresários culturais, sonhadores de um Brasil mais culto e civilizado. Aliás, os métodos utilizados pelo Ministério da Fazenda revelam nítidos vestígios medievais, época na qual os aumentos de impostos eram comunicados sem escrúpulos aos aldeões, intimidados que eram pelos ruídos das patas dos cavalos da guarda montada do senhor feudal.
Precisamos reagir, com todos os meios de que dispõem os operadores e os produtores culturais, de forma que a sociedade venha a tomar conhecimento desse descalabro. Como se isso não bastasse, o governo federal acaba de bloquear 78% do orçamento do Ministério da Cultura para este ano. Gostaríamos de saber o que querem dizer esses fatos. Filmes semelhantes já vimos em outros países e épocas. Como se sabe, eles não fizeram sucesso ao longo da história...
JÚLIO MEDAGLIA , regente sinfônico formado pela Escola Superior de Música da Universidade de Freiburg (Alemanha), foi diretor artístico dos Teatros Municipais do Rio de Janeiro e de São Paulo, do Centro Cultural São Paulo e da Universidade Livre de Música. É autor do arranjo original da música "Tropicália", que deu origem ao movimento.
PAULO PÉLICO , 52, é autor e produtor teatral.

--
Nelson Giles

sexta-feira, 6 de março de 2009

Milk - Uma voz atuante na defesa dos gays apagada precocentemente


Título Original: Milk
Género
Drama
País
Estados Unidos
- Ano 2008 Duração 119min
Pessoas Relacionadas

Roteiro Adaptado
Dustin Lance Black

Intérpretes:
Sean Penn
James Franco
Emile Hirsch
Josh Brolin

Realização:
Gus Van Sant


Confesso que nunca havia ouvido falar sobre Harvey Milk, personagem retratado pelo diretor Gus Van Sant no filme Milk – A Voz da Liberdade.Mas isso não impediu que eu me identifica-se com a vida, nem vai impedir que outra pessoa faça essa aproximação com a história que mostra o início das discussões mais aprofundadas e sérias sobre direitos dos homossexuais, na San Francisco dos anos 70.
O interessante aqui é que já encontramos o protagonista com 40 anos, com vontade e impeto para mudar a sua vida, decidindo largar seu emprego de corretor de seguros em Nova York para sair do armário no outro lado do país, em San Francisco.
É clara a intenção do diretor em tornar simples a biografia de um homem que enfrentou a polícia, os políticos e defendeu suas idéias nos meios de comunicação, contra leis e proibições que nao toleravam os direitos civis dos homossexuais, já conquistados em pequena escala naquela época (vale lembrar que no quesito direitos dos gays os americanos são pioneiros, estando uns 20 anos na frente do Brasil nessas questões).
Realmente no final da vida de Harvey ele é tomado de a imagem de uma causa pela qual luta e para isso tenta inumeras vezes ser eleito supervisor (que são pessoas que cuidam de uma determinada área da cidade e eram uma espécie de conselhor legislativo do Prefeito).Por ser popular e amealhar simpatizantes e pessoas que não aprovavam sua pessoa, tanto mais pela causa, a poda no sentimento que Van Sant faz, mostra –se um bom efeito, tornando o filme mais cerebral,objetivo, que conta e centraliza o eixo da trama na história da busca dele pela eleição e sua luta, a rigor do seu lado emocional e aprofundamento nos namoros de Milk e dos relacionamentos com seus seguidores.Isso é um ponto a favor de ajuda do diretor a interpretação de Sean Penn, em seu trabalho magnífico de contenção de quaisquer afetações do protagonista. Mas deixa um pouco de lado outras boas atuações do elenco de apoio como os jovens James Franco, seu ex- namorado na história e que aqui tem seu primeiro papel que lhe exige algo mais no cinema, e Emile Hirsch, que ganhou a minha confiança de promissor ótimo ator com o belo trabalho que fez em “Na Natureza Selvagem”. Josh Brolin, até por sua experiência, torna seu Dan White o rival de Milk no legislativo, ex-policial e que depois será seu assassino, um bom registro interpretativo, que consegue abrir brecha e chamar atenção na contenção narrativa e diretiva que Van Sant exibe.
Há bons duelos entre o protagonista e seu algoz, mas não se deve reduzir o filme a isso, pois como já disse aqui, há outros elementos quer o tornam um filme de equipe (...) e a montagem impôe um tempo exato e acertado para cada enquadramento, a fotografia que remonta uma época agitada. Simbolicamente marcante para autor de longos e audaciosos, provocativos filmes, como Drugstory Cowboy (1989) e Garotos de Programa (1991), independentes e que representavam uma poesia e um erotismo discreto, assemelhando-se a Milk, nesse aspecto ele alcança bons resultados, mesmo não ousando tanto como nos filmes citados, mas falando para o grande público e mostrando entender muito bem os meandros do seu ofício de autor de cinema.O Oscar deve ir para Sean Penn é forte candidato.So perde para Michey Rourke que esta excepcional em O Lutador. Milk, um filme que nos faz ver o quanto a luta pelos direitos civis as vezes demora para ter resultados e o quanto os gays são substimados pela sociedade hetero em que vivemos. Mas para tudo se dá uma volta por cima, independente do gênero que você tenha.

Milk –A Voz da Liberdade
Milk (EUA) - 2008 – ●●●1/2

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O Tempo que corre para trás.

Título Original: The Curios Case of Benjamim Button
Género: Drama
País
Estados Unidos
- Ano 2008 Duração 146 min.

Roteiro Adaptado
Eric Roth e Robin Swicord

Intérpretes:
Brad Pitt (Benjamin Button)Cate Blanchett (Daisy)Julia Ormond (Caroline)Faune A. Chambers (Dorothy Baker)Elias Koteas (Monsieur Gateau)Jason Flemyng (Thomas Button)Tilda Swinton (Elizabeth Abbott)Taraji P. Henson (Queenie)
Realização:
David Fincher

SinopseNova Orleans, 1918. Benjamin Button (Brad Pitt) nasceu de forma incomum, com a aparência e doenças de uma pessoa em torno dos oitenta anos mesmo sendo um bebê. Ao invés de envelhecer com o passar do tempo, Button rejuvenesce. Quando ainda criança ele conhece Daisy (Cate Blanchett), da mesma idade que ele, por quem se apaixona. É preciso esperar que Daisy cresça, tornando-se uma mulher, e que Benjamin rejuvenesça para que, quando tiverem idades parecidas, possam enfim se envolver.

azia tempo que um título de uma obra não dizia tanto sobre ela. Desde a primeira vez que eu li sobre esse filme comecei a falar com amigos e vários deles demonstravam um grande interesse pela história do cara que nasce com 80 anos e vai ficando jovem, com o passar do tempo.
Boa parte do interesse desse filme vem somente pela idéia, baseada num conto escrito por F. Scott Fitzgerald em 1921, e é o que fará você ir aos cinemas pra simplesmente ver o desenvolvimento da história (claro que se você é muito fã de um dos atores do elenco isso conta em primeiro lugar), ou seja., ele ficando mais novo. Porém, na tentativa de contar uma história de amor, o filme acabou ficando cansativo demais. São mais de 2h45min de filme. Isso é tempo demais. Pra um filme tão longo assim ser suportável, o ritmo precisa ser totalmente diferente do que estamos acostumados em se tratando de filmes longos, o que, infelizmente, em Benjamin Button, só acontece à partir do momento em que ele e Daisy finalmente se encontram, no meio de suas vidas.
Já que o filme é contato através de um diário, há um detalhismo exacerbado e cenas que duram muito tempo, poderiam ter sido enxugadas, como quando Benjamin conhece Elizabeth num hotel, na Rússia. São longos minutos mostrando a mesma coisa. E a primeira parte da infância num asilo, é muito tediosa, por que é descritiva. Talvez para não cair na objetividade e na dinâmica que os filmes mais biográficos mostram nessa fase da vida dos seus personagens retratados, David Fincher, o diretor, tenha preferido se estender mais, até para mostrar a parte em que ele está velho, que numa história normal, seria o final do filme. Mas passou da medida
O trabalho de maquiagem + CGI nesse filme é muito bom e impressiona.Não se percebe na maioria dos momentos do filme quando é um ou quando é outro. Apenas quando Cate aparece na fase jovem, como bailarina iniciante, que vemos que há algo etéreo e digitalmente pálido demais em seu rosto e quando Brad está com 16 anos mais ao final.
O Curioso Caso de Benjamin Button, apesar de também ser uma espécie de reverência a um cinema perdido no tempo, ou à própria passagem do tempo, trabalha bastante no terreno do emocional e isso garante uma certa estranheza bem interessante ao filme.
Ver as tranformações acontecendo no velho de 80 anos que vai rejuvenescendo e descobrindo a vida ao mesmo tempo, já vale o ingresso. Mas poderiam ter desenvolvido mais dinamicamente a narrativa até chegarmos ao encontro nos anos 60 do casal protagonista. Alguns críticos e amigos apontam, e eu me incluo nisso, a falta de mais elementos que saciem nossa curiosidade de ver ele lutando com maior ímpeto contra a solidão que atormenta quem vive uma vida ao contrário.O filme assume uma figura conformista para com o protagonista em relação a tudo e sua mazela, e o diretor nos mostra ser essa decisão acertada ao longo das seqüências mostradas, permitindo a Brad Pitt que mantenha seu personagem escondido do resto do mundo, enquando se explora outros recursos visuais da história. Ao final do filme quando começa a se esboçar uma tomada de consciência de mundo e de que ele está involuíndo para o fim, temos cenas rápidas do protagonista vagando por diversos locais do mundo e a personagem de Cate Blanchet toma um vulto maior. E ela quem acaba dando o grand finale ao filme, cuidando do seu amigo, depois amante, depois paixão e depois...apenas um menino que não a conhece mais e nem se lembra dela.
O Curioso Caso de Benjamin Button vence por ser exatamente o que diz o título, um curioso caso de uma pessoa que nasceu velha e foi crescendo e ficando mais nova. O problema é que a curiosidade é grande demais… É simples e quase apático. Sua maior qualidade é ser assim e chegar ao final da projeção tendo a certeza que se assistiu certamente a um dos melhores filmes do ano de 2008.

O Curioso Caso de Benjamin Button ●●●●
The Curious Case of Benjamin Button, 2008, David Fincher

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Cirque du Soleil de Novo no Brasil e em Porto Alegre


Conforme algumas pessoas aqui do blog já sabiam (informação que corria nos bastidores de "Alegria" outro espétáculo da companhia que veio ano passado para cá) o Cirque du Soleil e a produtora Time for Fun, bateram o martelo para a vinda do Cirque du Soleil novamente para o Brasil. Nove capitais brasileiras serão contempladas com Quidam em 2009 e em 2010. Além de Rio, São Paulo, Curitiba, Brasília e Porto Alegre, o circo desembarcará também dessa vez em Recife, Salvador e Fortaleza. Com uma operação logística bem maior, a produção ficará a cargo novamente da produtora Time for Fun (Ex CIE-Brasil) e também responsável pela vinda ao país dos maiores shows de música internacionais (U2, Madonna) e versões brasileiras de musicais da Brodway (O Fantasma da Ópera e Miss Saigon). Foi marcado uma entrevista coletiva para imprensa dia 11 de Março onde será anunciada a nova turne e serão detalhados as novidades aos jornalistas e dois números ainda não definidos serão exclusivamente apresentados por alguns integrantes do Cirque.

E muito provável que por questões estruturais e logisticas Porto Alegre so receba a troupe em 2010. O espetáculo Quidam estreou em 1996 em Montreal, fala da contemporaneidade do individualismo e da solidão humana em meio à rotina massacrante.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Mickey Rourke constrói, diante do espectador, a caminhada de Randy


Título Original: The Wrestler

Género: Drama

País: Estados Unidos
- Ano 2008 Duração 109m

Roteiro Original: Robert D. Siegel

Intérpretes:
Mickey Rourke
Marisa Tomei
Evan Rachek Wood
Ernest Miller
Todd Barry
Mark Margolis
Wass Stevens
Jodah Friedlander

Realização: Darren Aronofsky


Profissional de atividade que exige algum tipo de esforço físico se aposenta; depois de algum tempo parado, precisa retornar ao trabalho, para provar seu valor e resgatar a confiança de alguém. Volta e meia este enredo dá as caras nas telas, e seu espaço natural é o drama. Nosso herói pode ser um desportista, como no clássico O campeão, de King Vidor (1931) ou sua cópia menor realizada por Franco Zeffirelli em 1979; pode ser um artista – o que nos remete a Luzes da Ribalta, de Charles Chaplin (1952). Essa lista de filmes lacrimogêneos, alguns melhores e outros piores, ganha a surpreendente adesão do diretor Darren Aronofsky em O lutador.
Surpreendente por que nos filmes anteriores, como Pi (1998) ou Requiem para um sonho (2000), Aronofsky nos apresenta uma narrativa seca, onde nos impede a identificação com os personagens, tornarmos próximos deles para entender melhor seus dramas. E bom quando descobrimos então outras facetas de um diretor, e aqui ele nos dá imagens chocantes, cruéis, que nos levam a ver a sociedade em decomposição por outra maneira. Mas O Lutador não deixa de ter uma direção tradicional, com pontas soltas do roteiro, e pontos de virada em cenas que nos dizem que devemos pegar o lenço por que vai sair um choro. Isso não impede que Aronofsky continue sendo um provocador. O lutador é um filme visualmente desconfortável. Contém elementos incômodos também em seu enredo (a rejeição do pai pela filha, o amor pela dançarina erótica) e diálogos diretos que chocariam alguns setores da sociedade mais puritanos.
Mas esse filme seria outro se não fosse filmado com Mickey Rourke no papel principal. Aronofsky parecia querer fazer uma homenagem a Mickey e filmes-homenagem geralmente são limitados, cansativos e não levam a lugar algum. Todos os filmes mencionados no primeiro parágrafo se sustentavam, antes de tudo, no trabalho de seus intérpretes. Em outro parentesco com eles, O Lutador não foge à regra. Seria uma narrativa comum sem Mickey Rourke, torna-se algo denso por causa dele.
Mas O Lutador é completamente diferente do que se poderia imaginar. Ele não está à sombra do histórico ou da figura de Mickey Rourke. Randy "The Ram" e o ator têm pouco a ver. Seu único ponto em comum talvez seja o fato de que ambos são resultados dos caminhos equivocados que tomaram em suas histórias. E isso que qualifica mais o filme, essa desassociação. Sua trilha mais metalizada, mas de forma calma, traduz o personagem principal, um herói de uma outra época, preso a um passado não exatamente de tantas glórias, mas de promessas e deslumbramentos. Câmera na mão, subjetiva na maior parte do tempo, fotografia que lembra a estética de filmes dos anos 80 mais experimentais e de pouco orçamento, nos dão uma clara intenção de que o foco é o personagem de Randy e que ele vive um drama real, urbano e visceral.
"The Ram", que apesar dos músculos sempre foi um homem amável e dócil, resolve partir em busca de conforto. Seja nos braços de Cassidy, a dançarina vivida por Marisa Tomei, deslumbrante, no melhor papel da sua carreira, comprometido talvez apenas pelo roteiro que deixa solta as arestas e respostas sobre suas reais intenções, mas que seu esforço em cena, compensa, em quem enxerga um possível amor e um pilar de reconstrução; seja na tentativa de reaproximação da filha, para quem sua figura é apenas um fantasma incômodo; seja no esforço para arrumar outro emprego, seguir uma nova vida, sobreviver. Não quero aqui condenar o filme a uma história de redenção - e náo seria errado classificá-la assim porque, pensando melhor, o que Randy quer é ter a chance de poder recomeçar. Mas o roteiro não nos dá as coisas de forma tão fácil. Se o resultado pode decepcionar alguns fãs de Aronofsky, vai conquistar os que apreciam um bom drama.
Nas premiações prévias no EUA e Europa, Mickey tem ganhado indicações e láureas de Melhor Ator do ano, por esse filme. Foi premiado com Leão de Ouro de interpretação masculina em Veneza 2008. No Oscar 2009 concorre a Melhor Ator e acredito que o a Academia dará seu premio de contribuição e estímulo para aquele que já foi prodígio e gala queridinho do cinema americano e que afundou no ostracismo por seu próprio mérito. Como um prêmio honorário pelo mérito de ter perpassado o seu difícil lado pessoal e ter injetado vida e interpretação ao seu personagem lutador. Ainda não vi todos seus concorrentes, mas a experiência diz que a maioria não é burra. Talvez seja a única chance que o Sr.Rourke tenha para mostrar que pode ser um ator de nível novamente e confiável. Veremos no decorrer dos fatos.


O LUTADOR ●●●1/2
The Wrestler, Darren Aronofsky, 2008

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Kate Winslet conduz a adaptação, The Reader. Um filme morno e com boa interpretação sua



O Leitor

Título Original The Reader
Género
Thriller

País
Estados Unidos
- Ano 2008 Duração 123m Classificação M12
Pessoas Relacionadas

Roteiro Adaptado
David Hare

Intérpretes:
David Kross ,
Jeanette Hain ,
Kate Winslet ,
Ralph Fiennes

Realização:
Stephen Daldry

Sinopse:

O LEITOR começa na Alemanha após a Segunda Grande Guerra Mundial quando o adolescente Michael Berg (DAVID KROSS) fica doente e é ajudado por Hanna (KATE WINSLET), uma estranha com o dobro da sua idade.
Michael recupera entretanto da escarlatina e vai à procura de Hanna para agradecer. Ambos são rapidamente arrastados para um apaixonado mas secreto caso amoroso.
Michael descobre que Hanna adora que leiam para ela e a relação física entre eles intensifica-se. Hanna deixa-se cativar, à medida que Michael lê para ela “A Odisseia,” “Huck Finn,” e “A Dama do Cachorrinho”. Apesar da intensa relação entre eles, um dia Hanna desaparece misteriosamente e Michael fica confuso e de coração partido.
Oito anos depois, Michael é um estudante de direito que observa os julgamentos de guerra nazis e fica estupefacto ao ver Hanna novamente na sua vida – desta vez como arguida no tribunal.
À medida que o passado de Hanna é revelado, Michael desvenda um grande segredo que irá ter impacto na vida de ambos.

Sobre The Reader

Stephen Daldry fez três filmes em sua carreira. Todos os três renderam indicações para o Oscar de melhor diretor. Daldry, a julgar por isso, seria um cineasta sem par no cinema atual. Mas não é bem assim. Billy Elliott, seu primeiro longa, é uma pequena e despretensiosa história, um típico filme minúsculo inglês. Seu protagonista dançarino é cativante e seu elenco de apoio ajuda a tornar tudo ainda mais agradável e redondinho. Já As Horas mostra uma guinada nas intenções do diretor. Pretensão não falta à adaptação da novela multitemporal de Michael Cunningham. Pretensão e superficialidade. Daldry, apesar de uma esplêndida coleção de atrizes, faz pouco para dar densidade aos dramas das personagens. Oferece muito, mas não passa muitos obstáculos da pista.

Os primeiros minutos de O Leitor indicam que o filme seguiria esta linha, do comodismo em adaptar obras literárias. Daldry tenta dar volume ao material, sustentando a trama com uma série de cenas de “erotismo light - aquele que costuma incitar sem ofender as senhoras finas e elegantes - ”(Blog do Chico – Fev/2009), e tentando embasar um misterinho pontual (que também serve para que o espectador chegue ao momento da revelação dizendo: "eu já sabia"). Se terminasse assim, seria mais do mesmo, nada muito profundo como estamos acostumados com a maioria dos roteiros americanos. Mas O Leitor vai além: ele tenta ser um filme importante.


'O Leitor' me deixou bastante incomodado com a sucessão demasiada de lugares comuns das cenas de tribunal adiante. Há uma cena que deveria ser melhor aproveitada, e para mim no contexto, ela é entendível no roteiro, mas não serve como resolução e avanço da narrativa, que é o momento em que Michael visita o Campo de Auschvitz,e anda pelo dormitório, e pelos demais espaços do complexo, local chave do Holocausto nazista. Entendo que pra nos que conhecemos a história isso é relevante, mas esse revisionismo não condiz com o que o filme propunha.

O filme até a sua entrada na fase universitária mais séria do rapaz, até dava pra assistir com o corpo mais atento a frente da poltrona, mas do meio pro final a coisa desanda completamente: aquelas nazistas idosas e sem graça, contrastando com a pobre Kate, não se configuram numa boa seqüencia. Juro que torci para nestas mesmas cenas, o personagem de Michael desse seu testemunho de um dos segredos que Hannah esconde por vergonha e salva-se ela, seu primeiro amor, mas ela cala, e aceita ser culpada pelos homicídios da presas nos campos de concentração.
Somos repentinamente jogados num drama pós-Holocausto, que consegue destruir toda a força que Kate Winslet fazia na primeira metade do filme para que sua personagem fosse menos óbvia. A boa atriz rapidamente é engolida pela trama que se pretende rica e significativa, que mergulha numa desastrosa série de soluções de roteiro, que não tornam a narrativa contada tão interessante. No meio de toda essa sucessão de abobrinhas (recheadas de maquiagem – não muito boa por sinal), vem o já citado momento da grande revelação, que a metade mais esperta da platéia já havia descoberto uns quarenta minutos antes. Antes da cena final, inexpressiva, resolve-se, pela primeira vez, refletir sobre os atos da protagonista, mas isso vem na forma de uma seqüência de bate papo insossa, que não tem o total clímax que o filme pedia naquele momento. Os dois atores estão mornos em cena, ali, com Kate se esforçando para dar detalhes mínimos a sua interpretação, o que consegue no todo ser melhor que Ralph Finnes, que não mantêm o ritmo nem o espectro interessante de David Kross que o interpreta na adolescência e juventude. E aqui falo de ritmo não no sentido corporal, mas algo vivaz que mesmo um homem lembrando do passado e atormentando-se com ele pode ter. E que um ator pode saber buscar, entender e colocar num personagem.

O filme pelo menos salva-se de acabar sem motivo aparente, pela cena em que o Sr.Berg vai a casa de uma das vítimas de Hannah, sobrevivente do Holocausto, e lhe entrega algo que a presidiária queria deixar com ela. Bela cena, um tanto pela atriz Lena Olin, e seu tempo e expressões mínimas perfeitas, e pela boa forma que foi dirigida e montada.
Fala-se muito que o grande papel da Sra.Winslet na temporada é em Foi Apenas um Sonho. Não sei ainda não vi. Na semana comento. A Indicação para o Oscar de Melhor Atriz por The Reader, mostra-se merecida pelo esforço. Mas se ela vai ganhar, bom ai são outros fatores. A julgar pelos prêmios americanos e péla mídia, sim.

O Leitor ●●●The Reader, 2008, Stephen Daldry