sexta-feira, 6 de março de 2009

Milk - Uma voz atuante na defesa dos gays apagada precocentemente


Título Original: Milk
Género
Drama
País
Estados Unidos
- Ano 2008 Duração 119min
Pessoas Relacionadas

Roteiro Adaptado
Dustin Lance Black

Intérpretes:
Sean Penn
James Franco
Emile Hirsch
Josh Brolin

Realização:
Gus Van Sant


Confesso que nunca havia ouvido falar sobre Harvey Milk, personagem retratado pelo diretor Gus Van Sant no filme Milk – A Voz da Liberdade.Mas isso não impediu que eu me identifica-se com a vida, nem vai impedir que outra pessoa faça essa aproximação com a história que mostra o início das discussões mais aprofundadas e sérias sobre direitos dos homossexuais, na San Francisco dos anos 70.
O interessante aqui é que já encontramos o protagonista com 40 anos, com vontade e impeto para mudar a sua vida, decidindo largar seu emprego de corretor de seguros em Nova York para sair do armário no outro lado do país, em San Francisco.
É clara a intenção do diretor em tornar simples a biografia de um homem que enfrentou a polícia, os políticos e defendeu suas idéias nos meios de comunicação, contra leis e proibições que nao toleravam os direitos civis dos homossexuais, já conquistados em pequena escala naquela época (vale lembrar que no quesito direitos dos gays os americanos são pioneiros, estando uns 20 anos na frente do Brasil nessas questões).
Realmente no final da vida de Harvey ele é tomado de a imagem de uma causa pela qual luta e para isso tenta inumeras vezes ser eleito supervisor (que são pessoas que cuidam de uma determinada área da cidade e eram uma espécie de conselhor legislativo do Prefeito).Por ser popular e amealhar simpatizantes e pessoas que não aprovavam sua pessoa, tanto mais pela causa, a poda no sentimento que Van Sant faz, mostra –se um bom efeito, tornando o filme mais cerebral,objetivo, que conta e centraliza o eixo da trama na história da busca dele pela eleição e sua luta, a rigor do seu lado emocional e aprofundamento nos namoros de Milk e dos relacionamentos com seus seguidores.Isso é um ponto a favor de ajuda do diretor a interpretação de Sean Penn, em seu trabalho magnífico de contenção de quaisquer afetações do protagonista. Mas deixa um pouco de lado outras boas atuações do elenco de apoio como os jovens James Franco, seu ex- namorado na história e que aqui tem seu primeiro papel que lhe exige algo mais no cinema, e Emile Hirsch, que ganhou a minha confiança de promissor ótimo ator com o belo trabalho que fez em “Na Natureza Selvagem”. Josh Brolin, até por sua experiência, torna seu Dan White o rival de Milk no legislativo, ex-policial e que depois será seu assassino, um bom registro interpretativo, que consegue abrir brecha e chamar atenção na contenção narrativa e diretiva que Van Sant exibe.
Há bons duelos entre o protagonista e seu algoz, mas não se deve reduzir o filme a isso, pois como já disse aqui, há outros elementos quer o tornam um filme de equipe (...) e a montagem impôe um tempo exato e acertado para cada enquadramento, a fotografia que remonta uma época agitada. Simbolicamente marcante para autor de longos e audaciosos, provocativos filmes, como Drugstory Cowboy (1989) e Garotos de Programa (1991), independentes e que representavam uma poesia e um erotismo discreto, assemelhando-se a Milk, nesse aspecto ele alcança bons resultados, mesmo não ousando tanto como nos filmes citados, mas falando para o grande público e mostrando entender muito bem os meandros do seu ofício de autor de cinema.O Oscar deve ir para Sean Penn é forte candidato.So perde para Michey Rourke que esta excepcional em O Lutador. Milk, um filme que nos faz ver o quanto a luta pelos direitos civis as vezes demora para ter resultados e o quanto os gays são substimados pela sociedade hetero em que vivemos. Mas para tudo se dá uma volta por cima, independente do gênero que você tenha.

Milk –A Voz da Liberdade
Milk (EUA) - 2008 – ●●●1/2

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